sábado, 13 de dezembro de 2014

O GOSTO DA RAZÃO

[14/12 00:45] johnny kleber: Já provou o gosto da razão?
[14/12 00:45] johnny kleber: Então
[14/12 00:45] johnny kleber: Ela é doce
[14/12 00:45] johnny kleber: Mas com o final amargo
[14/12 00:46] johnny kleber: Por isso fico repetindo as doses.
[14/12 00:46] johnny kleber: Acho que ela se compara ao prato da vingança. Frio e amargo. Mas necessario
[14/12 00:46] johnny kleber: Isso que me faz querer sempre ter razão
[14/12 00:46] johnny kleber: Pra não dar tempo de amargar o gosto da boca.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A PEDRA E A BORBOLETA

Olhando o quintal de casa vejo uma linda borboleta parada em uma pedra. Uma pose de saudação que cativa. A pedra era imóvel e frigida, incapaz de retribuir a beleza da borboleta.


Estamos em maio.


- Oi, lindo - Diz a borboleta.
- Olá - diz seco a pedra.
- Esta bem?
- Em minha atual posição, estou com uma leve dor na lombar.
A borboleta estava sobre a pedra, pousada, mas ao ouvir isso bate as asas para pousar em frente a pedra e diz:
- Desculpa, devo estar um pouco pesada... Ou gorda.
A pedra riu. Uma gargalhada rouca, pouco se ouvia essa gargalhada, mas era tão sincera.
- Está rindo do que?
- De você.
- Virei piada agora?
- Não. Apenas estou rindo de você diante da situação.
- Como assim? Não entendi.
- Eu sou uma pedra. Não me movo desde que... Não faço a menor ideia há quanto tempo estou aqui parado. Mas não importa. O que quero dizer que você não provocou a dor nas minhas costas e nem é pesada.
- Ah.


A conversas, as vezes rápidas, outras vezes demoradas, era iniciada por ela. Pois, em uma rápida analise você compreendia que ela que tinha capacidade de chegar até ele.

Estamos em julho. O inverno era algo bom, até.

- Você deveria ter visto aquele dançar de folhas das arvores.
- hmmm - O silencio dele não era de desaprovação.
- Você está bem? - disse a borboleta pairando sobre ele.

Ele nunca gostou de vê-la assim. Sobre ele, voando. Ele sabia que ela estava perdendo seu tempo com ele. Ainda não conseguiu compreender o motivo disto, mas também não queria ser o responsável de seu afastamento.

- Estou. - Responde ele, apos olhar o céu. Ele estava de baixo da sombra da minha casa, o sol era contrario a sua posição. Ele só enxergava a sombra.
- Você pode fazer um favor? - Deu continuidade a Pedra.
- Claro, posso fazer qualquer coisa. - Foi logo adiantando a borboleta.
- Eu nunca olhei o sol nesse horário. Suponho que este esteja no tal horário de por do sol. Pode voar e me dizer como ele está hoje?
- Claro!


Ela voou sobre a casa e pousou sobre a calha e ele, com um olhar caído, a acompanhou. Não era a altura suficiente e voou mais e ele, a Pedra, continuou a acompanhar. Ela parou no ar. Lindo era seu bater de asas. Qualquer criatura poderia sentir a beleza dela. O que era ainda mais belo por ter o sol, do entardecer, cravando sua luz sobre suas belas asas.


- Ei! - Retorna a borboleta, exalta, dizendo o que viu. E detalhou o que pode e tentou explicar aquilo que ele não entendia. Sorrindo, ele pensava, que jamais conseguiria acompanhar ela. - O que você tem?
- Nada. Estou apenas te ouvindo.
- Não. Você pode estar forçando esse sorriso lindo, mas seus olhos estão tristes.
- Não é nada. É coisa de sua imaginação.
- Tá. Mas se quiser falar, fale.


Novembro. A noite chove e a Pedra está a deriva. Faz uma semana que ele não recebe a visita dela. Não é de se impressionar. Ele a magoou.


Janeiro. Uma coisa boa do verão que ele gosta é a possibilidade de ver as coisas trabalhando, mas queria fazer algo alem de ver.

Fevereiro.

- Ai ela me disse que já foi feia. Como aquela linda borboleta quer falar de feiura sendo que ela não convive com isso o tempo inteiro?!? - Relembrava a Pedra
- Quando eu estava la no alto via um monte de coisa. As coisa se transformam pra melhor, mas algumas ainda não mudaram por dentro e não aceito a mudança de fora.
- Mas eu jamais mudei. Eu sempre fui assim. Uma rocha! Pedra! Uma coisa incapaz.
- Olha - continuava a companhia momentânea da pedra - Sei como é difícil.
- Não. Não sabe. Nasci a tanto tempo atras e até hoje as mudanças que tive foi baseado em perdas. Minha mudança jamais foi pra algo belo, mas sim pra algo rudo.
- Talvez seja a mudança interna qu...
- Não me venha com auto ajuda.


O silencio foi instaurado no momento seguinte até que uma bondosa brisa levou a folha, já gasta, para um outro lugar mais agradável.


A Pedra jamais encontrará sua borboleta de volta, pois forçou-a a seguir seguir a natureza correta das coisas. 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

DE JAVU

Estou encolhido, noites afim, chorando.

Estou encolhido.

Chorando.

Varias noites assim.

Escolhido em posição fetal.

De javu realizado.