terça-feira, 4 de novembro de 2014

INDO PARA LUZ

Estou no escuro. Olhando as luzes do roteador. Elas, frenéticas em seu piscar, parecem nunca desligar. Dançam. Tremulas no escuro. A luz é a matéria mais rápida que conhecemos. Tão rápida que, ao piscar, nem parece que se apaga. Acho que, pela velocidade acima do comum, meus olhos não se importam mais em dizer ao meu cérebro o que está acontecendo. Apenas é uma luzinha tremula no breu.

Isso me faz lembrar um episodio da Liga da Justiça. Em um dos episódios o Flash, o corredor mais rápido do universo, acelerou o próprio coração ao ponto da maquina apenas reconhecer o silencio.

O Breu vai ficando mais forte. Fixando  o olhar em determinado ponto a nossa retina não consegue mais capitar a luz. Chamam isso de Trakata, na Yoga. Só percebo, lentamente, o ritmo do meu coração sincronizando com a luz. Seria engraçado se ele alcançasse a velocidade real que é, não a que vejo. Poderia, quem sabe, infligir um falso ataque cardíaco igual ao Flash.

Não tenho maquinas conectadas em mim, mas apenas observo a luz e sinto o meu coração. O coração dá sua primeira arritmia. Os olhos não capitam a luz e sua velocidade. O que apenas sinto rápido é meus pensamentos. 


O ultimo.

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